TERRENO

Sou pés descalços

E mãos vazias

 

Pisando no Barro que sou

Tocando no pó que serei.

Não quero asas,

Essa falsa liberdade.

-

PRECIPITAÇÃO

Choveu

No dia em que a paixão

Foi lançada em oferenda

Ao mar

Na tarde em que a esperança

Se quebrou em meio às ondas

Do mar

Na noite em que o mar

Se encheu de oferendas

A esperança, em meio às ondas

Choveu.

-

 

----------------------------------------------------------------------------------------------------------

POEMA TORTO

Escrevo este poema torto

Desdentado e vagabundo

Para que o cujo,

Assim como todos os ditos

Possam tropeçar feio

Sorrindo Bonito.

Só bem depois do feito,

Meio que sem jeito

Olharei se mais alguém

Dele ou com ele

Achou graça também.

 

[Raony tem 24 anos, é um Arquiteto e Urbanista paraibano que projeta em João Pessoa, faz mestrado em Natal e ensina no Sertão da Paraíba. Escreve quase sempre no percurso das viagens]

POESIA

Para tudo há um tempo

17/05/2012 11:17
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo...

A serenata

17/05/2012 10:52
A Serenata Uma noite de lua pálida e gerânios ele virá com a boca e mão incríveis tocar flauta no jardin. Estou no começo do meu dessespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa. Eu que rejeito e exprobo o que não for natural como sangue e veias descubro que estou chorando todo...

FAIXA GAZA.

12/05/2012 20:16
FAIXA DE GAZA Sou um Judeu Com coração de palestino Perdido feito menino Nos territórios ocupado da razão. É triste, Mas a paz que ainda existe, Resiste, persiste, Mas acaba sucumbindo Sob o império da emoção   E me trasformo num soldado Acuado, aturdido Numa luta...

A escrivã na cozinha

24/04/2012 19:12
A escrivã na cozinha Adélia Prado Só Deus pode dar nome à obra completa — de nossa vida, explico — mas sugiro Ao meio-dia, um rosal, implica sol, calor, desejo de esponsais, a mãe aflita com a festa, pai orgulhoso de entregar sua filha a moço tão escovado. Nome é tão...

Ladainha

23/04/2012 10:01
1962. O Violão de Rua incomoda. Cinquenta anos depois estou aqui. 2012. Lendo o seguinte poema, consigo sentir a dor da repressão, a angústia de um irmão revoltado com a religiosidade infértil de sua época e enojado com o capitalismo imperialista e feroz. Posso ver a reprodução de um Nietzsche em...

Tópico: POESIA

Nenhum comentário foi encontrado.

Novo comentário